The Coming Wave - Resenha crítica - Mustafa Suleyman
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The Coming Wave - resenha crítica

The Coming Wave Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Tecnologia e Inovação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: The Coming Wave: Technology, Power, and the Twenty-First Century's Greatest Dilemma

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 0593593952

Editora: Crown Publishing Group (NY)

Resenha crítica

Houve vários momentos durante a história da humanidade que marcaram tudo que estaria por vir no futuro. O domínio do fogo, a invenção da roda e a eletricidade são alguns deles. Invenções que mudaram o mundo e nossa relação com o trabalho, o lazer, e, até mesmo, nossa percepção de tempo: Tudo mudou. Agora, estamos chegando em mais um desses momentos de mudança, o avanço das tecnologias de inteligência artificial e da biotecnologia já estão se estabelecendo como uma virada importante do mundo como o conhecemos.

Como toda mudança, os autores nos lembram: tudo que é novo vem com seus próprios desafios. Apesar de oferecerem tantas novas e positivas possibilidades em áreas como saúde, trabalho e educação, é importante que nos preparemos para todas as consequências, sejam elas boas ou ruins.

O poder da humanidade

Olhe ao seu redor, o local em que você se encontra, os objetos que lhe cercam, a paisagem que se desenha ao fundo. Tudo que você viu foi, de alguma forma, ou criado ou modificado pelas mãos humanas. Não é exagero dizer que o mundo como conhecemos depende do homem para se manter dessa forma. A outra única força que pode se equiparar à humanidade é a própria vida, a natureza. Se deixássemos de existir, ela que reconquistaria o planeta, assim como se a destruíssemos completamente, também estaríamos destruindo nosso próprio futuro.

Agora, uma outra força, que antes só podíamos imaginar por meio dos filmes e livros de ficção científica, se aproxima cada vez mais rápido: a biotecnologia e as IAs, e elas são a onda que se forma para nos atingir em breve. Nesse microbook, vamos investigar essa vinda como inevitável: o que vai nos acontecer?

Há cerca de uma década, a IA ainda aparecia como uma ficção. Não se falava disso com tanta regularidade, e parecia que esse novo tipo de inteligência estava condenado a uma existência extremamente limitada. Hoje, os avanços e lançamentos são tantos que já normalizamos coisas que antes seriam impensáveis. É comum hoje utilizarmos IAs para traduzir textos complexos e receber essas informações em segundos, assim como já não causa mais espanto esses softwares conseguirem, até mesmo, dirigir sem a ajuda humana.

O autor se pergunta se, na verdade, a onda que ele esperava de tecnologia não seria na verdade um tsunami. Além de uma ajuda eventual nas tarefas do cotidiano, o que nos aconteceria se as IAs e a biotecnologia caíssem nas mãos erradas? Poderíamos estar diante de pandemias planejadas por governos ou ciberataques de proporções inimagináveis, capazes de destruir países inteiros. Claro, há uma probabilidade pequena de essas coisas acontecerem, mas, de acordo com Suleyman, já deveríamos estar discutindo essas possibilidades tão ameaçadoras.

É possível que as nações identifiquem essas hostilidades e comecem a tomar medidas preventivas bastante invasivas, como vigilância constante do uso das redes. Não estamos de jeito nenhum defendendo parar o avanço tecnológico ou o desenvolvimento de novas tecnologias, até porque isso não é possível, mas precisamos enfrentar esses medos e refletir sobre possíveis saídas.

O Homo Technologicus

Na antiguidade, e até mesmo um ou dois séculos atrás, era comum que novas tecnologias não se disseminassem tão rápido. Uma pessoa poderia nascer, viver toda sua vida e, quando morresse, ainda estaria cercada pelo mesmo tipo de ferramentas com as quais conviveu durante toda sua vida. Mesmo que as tecnologias fossem inventadas, o tempo que levavam para serem de fato implementadas no dia a dia das pessoas era muito maior. Foi o caso na invenção da imprensa no século XV, que só se popularizou, de fato, cerca de 300 anos depois, e da eletricidade, descoberta e conquistada em 1882, só em 1950 transformou a economia mundial.

No século XXI,  a fome por novas tecnologias, que sempre fez parte da humanidade, parece ainda mais descontrolada. Não apenas queremos novas ferramentas, mas produzimos mais em uma escala que antes era inimaginável. Cerca de 18 milhões de gigabytes de dados são computados na escala global por minuto. Hoje, conseguimos nos questionar sobre questões que não eram sequer pensadas pelos nossos avós e bisavós. Com a ajuda de IAs, conseguimos gerar vozes, rostos, fazer imagens a partir de nossas descrições e muito mais. À medida que a biotecnologia avança, nos perguntamos se deveríamos alterar o código genético dos nossos filhos. Nossas perguntas, assim como o mundo, vão se tornando cada vez mais complexas.

As características da onda 

Estamos chegando a metade desse microbook, e podemos nos perguntar se, em outros momentos da história, o homem teve que aprender a lidar com novas tecnologias, por que dessa vez discutimos tanto as relevâncias das IAs? Não seria apenas uma questão de tempo até nos acostumarmos com as novas possibilidades?

De acordo com os autores, essa onda é diferente das outras. Além de sua velocidade, como já discutimos antes, existem outras características preocupantes. O desequilíbrio dos poderes é uma delas. É normal que, com o surgimento de novas ferramentas e softwares, a distribuição de poder sofra mudanças, mas os autores nos alertam que dessa vez a desarmonia que está por vir vai ser bem pior.

A força que vem com esses conhecimentos garante um poder ao indivíduo sem precedentes na história da humanidade. Além disso, a velocidade e o poder de aprendizado dessas máquinas podem causar enormes tragédias caso seu uso não seja regularizado. Deve haver um esforço também da parte dos governos nessas situações, mas, provavelmente, eles também sofrerão com essas inovações. O nível de confiança dos cidadãos, de modo geral, já vem diminuindo nos últimos anos, devido ao aumento da desigualdade social. Provavelmente, com o poder se diluindo para mãos de indivíduos, especialistas preveem que a tendência será o enfraquecimento ainda maior das forças governamentais democráticas mundo afora.

Mais que enfraquecer democracias, um outro problema surgiria também. Com o enriquecimento desenfreado dos setores de tecnologia e a descentralização do poder, governos autoritários e tiranos poderiam utilizar esse momento a seu favor, reforçando suas opressões. 

Já que é impossível parar completamente essa onda, é preciso pensar em maneiras de controlá-la. Estamos passando por um momento no qual o mundo jamais foi tão próximo e acessível. Uma pessoa na China pode conversar por vídeo com alguém no Brasil, e artigos científicos podem ser compartilhados em segundos. É preciso criar meios de contenção para que as consequências sejam as menos prejudiciais possíveis. Devemos utilizar essa nova globalização a nosso favor, monitorando de perto as novas tecnologias que estão surgindo, investigando seus usos e, em casos extremos, até mesmo interrompendo seu desenvolvimento.

Notas finais

Apesar de ser impossível frear completamente a onda de avanços que vamos enfrentar nos próximos anos, a meneira com que essas modernizações aparecem e se espalham deve ser melhor planejada. É preciso discutir de forma mais aberta os desafios que estão por vir, e governos e lideranças precisam abrir o debate a nível global, afinal, todos sofreremos com as consequências que virão, boas ou ruins.

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Quem escreveu o livro?

Cofundador da Deepmind, a companhia de Mustafa foi apoiada por grandes nomes como Elon Musk e Scott Banisher, entre outros. Em alguns anos, tornou-se vice-presidente do g... (Leia mais)

Empreendedor, autor e pesquisador, Michael Bhaskar é co-fundador da Canelo, a editora independente que mais cresce na Europa. Interessado em tecnologia e inteligência artificial, Bhaskar foi e... (Leia mais)

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